RADIAÇÕES E CONTAMINAÇÃO CELULAR

 


TIPOS DE RADIAÇÃO:

A radiação inclui

• Ondas eletromagnéticas de alta energia (raios-X, raios gama)

• Partículas (partículas alfa, beta, nêutrons)

- As partículas alfa são emitidas pelo núcleo do hélio por vários radionucleotídeo com altos números atômicos (p. ex., plutônio, radio, urânio) que não podem penetrar na pele além de uma profundidade rasa (< 0,1 mm).

- As partículas beta são elétrons de alta energia emitidas pelo núcleo de átomos instáveis (p. ex., césio-137, iodeto-131). Tais partículas podem penetrar mais profundamente na pele (1 a 2 cm) e causar dano epitelial e subepitelial.

- Os nêutrons são partículas eletricamente neutras projetadas pelo núcleo de alguns radionucleotídeo (p. ex., califórnio-252) e produzidas em reações nucleares (p. ex., em reatores nucleares); sua profundidade de penetração no tecido varia de poucos milímetros a dezenas de centímetros, dependendo da sua energia. Colidem com os núcleos dos átomos estáveis, resultando em emissão de prótons energéticos, partículas alfa e beta e radiação gama.

- Radiação gama e raios-X são radiações eletromagnéticas de alta energia (fótons) e alta frequência que podem penetrar a pele por vários centímetros. Enquanto alguns fótons depositam toda sua energia no corpo, outros podem somente depositar uma fração de sua energia e outros podem, ainda, passar completamente pelo corpo sem nenhuma interação.

EXPOSIÇÃO E CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA:

- A radiação ionizante danifica o DNA, RNA e diretamente as proteínas, mas, com mais frequência, o dano a essas moléculas é indireto, causado pelos radicais livres altamente reativos gerados pela interação da radiação com moléculas de água intracelulares. Grandes doses de radiação podem causar morte celular, e doses mais baixas podem interferir nos sistemas de reparo molecular endógeno, na homeostase e na proliferação celular. Os danos a esses e outros componentes celulares podem resultar em hipoplasia progressiva, atrofia e, com o tempo, fibrose dos tecidos. Entretanto, agora está claro que a morte celular por si só não é capaz de explicar muitas reações teciduais, porque essas reações também dependem de eventos complexos como reações inflamatórias, oxidativas crônicas e imunes, bem como danos à vasculatura e matriz extracelular.

FATORES QUE AFETAM A RESPOSTA:

• Radiossensibilidade tecidual
• Dose
• Duração da exposição
• Grau da resposta inflamatória
• Idade do paciente
• Comorbidades
• Existência de doenças genéticos por defeito de reparo do DNA (p. ex., ataxia-telangiectasia, síndrome de Bloom, anemia de Fanconi)

CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA 

Quando há suspeita de contaminação, o corpo inteiro é examinado com um contador Geiger-Muller de janela delgada conectado a um medidor de radiação (contador Geiger) para identificar a localização e a extensão da contaminação externa. Adicionalmente, para detectar possível contaminação interna, narinas, orelhas, boca e feridas são esfregadas com swabs úmidos, os quais são, depois, testados com o contador. Urina, fezes e material do vômito também devem ser testados para radioatividade.

SENSIBILIDADE CELULAR:

=> A sensibilidade celular em ordem descrescenteendente de sensibilidade é:

• Células linfoides

• Células germinativas

• Células proliferantes da medula óssea

• Células epiteliais intestinais

• Células tronco epidérmicas

• Células hepáticas

• Epitélio dos alvéolos pulmonares e vias biliares

• Células epiteliais dos rins

• Células endoteliais (pleura e peritônio)

• Células do tecido conjuntivo

• Células ósseas

• Células musculares, cerebrais e da coluna espinhal

=> A dose exata em que o efeito tóxico ocorre depende do tempo de exposição e do período de tempo da liberação. Uma única dose rápida e alta é mais lesiva que a mesma dose administrada por semanas ou meses. A reação a ela também depende da amplitude de área exposta do corpo. Doença significativa é certa, e morte é possível, após irradiação de corpo inteiro de > 4,5 Gy liberada ao longo de um curto período de tempo (minutos a horas); entretanto, 10s de Gy podem ser bem tolerados quando liberados por um longo período de tempo em uma pequena área do tecido (p. ex., para tratamento de câncer).

PROGNÓSTICO PARA EXPOSIÇÃO A RADIAÇÃO E CONTAMINAÇÃO:

Sem tratamento médico, a LD50/60 (dose fatal para 50% dos pacientes dentro de 60 dias) para radiação de todo o corpo é de cerca de 3Gy; a exposição a 6 Gy ou mais é quase sempre fatal. Quando a exposição é < 6Gy, a sobrevida é possível e é inversamente relatada à dose total. O tempo para morte é, também, inversamente proporcional à dose. A morte ocorre de algumas horas a poucos dias na síndrome cerebrovascular e, geralmente, dentro de 2 dias a várias semanas na síndrome gastrintestinal. Na síndrome hematopoiética, a morte pode ocorrer dentro de 4 a 8 semanas devido à superveniente infecção ou hemorragia maciça. Pacientes expostos por todo o corpo a doses < 2Gy devem se recuperar em 1 mês, apesar das sequelas a longo prazo (p. ex., câncer) que podem ocorrer.


TRATAMENTO DA EXPOSIÇÃO Á RADIAÇÃO E CONTAMINAÇÃO:

• Tratamento de lesões traumáticas graves ou condições que ameaçam a vida primeiro

• Minimização da exposição à radiação e contaminação dos profissionais da saúde

• Tratamento de contaminação externa e interna

• Às vezes, medidas específicas para determinados radionucleotídeo

• Precauções e tratamento em caso de comprometimento do sistema imunitário

• Minimizar a resposta inflamatória

• Cuidados de suporte

PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO Á RADIAÇÃO E CONTAMINAÇÃO:

Proteção da exposição à radiação é obtida evitando a contaminação com material radioativo, por meio de minimização do tempo de exposição, maximização da distância da fonte e utilização de blindagem. Durante alguns procedimentos de imagem que envolvem radiação ionizante e durante a radioterapia, partes do corpo que estão próximas, mas não são o alvo do procedimento de imagem ou terapia, serão blindadas na medida do possível com chumbo.


EFEITOS DA RADIAÇÃO NO CORPO HUMANO:


VÍDEO EXPLICATIVO: https://youtu.be/BlNBzGlLCRw

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